segunda-feira, 10 de outubro de 2011

LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO (TAREFA DO DIA 08 DE OUTUBRO

Alfabetização e Letramento:
Repensando o Ensino da Língua Escrita
Silvia M. Gasparian Colello
FEUSP
Se, no início da década de 80, os estudos acerca da psicogênese da língua escrita trouxeram aos educadores o entendimento de que a alfabetização, longe de ser a apropriação de um código, envolve um complexo processo de elaboração de hipóteses sobre a representação lingüística; os anos que se seguiram, com a emergência dos estudos sobre o letramento [i] , foram igualmente férteis na compreensão da dimensão sócio-cultural da língua escrita e de seu aprendizado. Em estreita sintonia, ambos os movimentos, nas suas vertentes teórico-conceituais, romperam definitivamente com a segregação dicotômica entre o sujeito que aprende e o professor que ensina. Romperam também com o reducionismo que delimitava a sala de aula como o único espaço de aprendizagem.
Reforçando os princípios antes propalados por Vygotsky e Piaget, a aprendizagem se processa em uma relação interativa entre o sujeito e a cultura em que vive. Isso quer dizer que, ao lado dos processos cognitivos de elaboração absolutamente pessoal (ninguém aprende pelo outro), há um contexto que, não só fornece informações específicas ao aprendiz, como também motiva, dá sentido e “concretude” ao aprendido, e ainda condiciona suas possibilidades efetivas de aplicação e uso nas situações vividas. Entre o homem e o saberes próprios de sua cultura, há que se valorizar os inúmeros agentes mediadores da aprendizagem (não só o professor, nem só a escola, embora estes sejam agentes privilegiados pela sistemática pedagogicamente planejada, objetivos e intencionalidade assumida).
O objetivo do presente artigo é apresentar o impacto dos estudos sobre o letramento para as práticas alfabetizadoras.
Capitaneada pelas publicações de Angela Kleiman, (95) Magda Soares (95, 98) e Tfouni (95), a concepção de letramento contribuiu para redimensionar a compreensão que hoje temos sobre: a) as dimensões do aprender a ler e a escrever; b) o desafio de ensinar a ler e a escrever; c) o significado do aprender a ler e a escrever, c) o quadro da sociedade leitora no Brasil d) os motivos pelos quais tantos deixam de aprender a ler e a escrever, e e) as próprias perspectivas das pesquisas sobre letramento.
As dimensões do aprender a ler e a escrever
Durante muito tempo a alfabetização foi entendida como mera sistematização do “B + A = BA”, isto é, como a aquisição de um código fundado na relação entre fonemas e grafemas. Em uma sociedade constituída em grande parte por analfabetos e marcada por reduzidas práticas de leitura e escrita, a simples consciência fonológica que permitia aos sujeitos associar sons e letras para produzir/interpretar palavras (ou frases curtas) parecia ser suficiente para diferenciar o alfabetizado do analfabeto.
Com o tempo, a superação do analfabetismo em massa e a crescente complexidade de nossas sociedades fazem surgir maiores e mais variadas práticas de uso da língua escrita. Tão fortes são os apelos que o mundo letrado exerce sobre as pessoas que já não lhes basta a capacidade de desenhar letras ou decifrar o código da leitura. Seguindo a mesma trajetória dos países desenvolvidos, o final do século XX impôs a praticamente todos os povos a exigência da língua escrita não mais como meta de conhecimento desejável, mas como verdadeira condição para a sobrevivência e a conquista da cidadania. Foi no contexto das grandes transformações culturais, sociais, políticas, econômicas e tecnológicas que o termo “letramento” surgiu [ii] , ampliando o sentido do que tradicionalmente se conhecia por alfabetização (Soares, 2003).
Hoje, tão importante quanto conhecer o funcionamento do sistema de escrita é poder se engajar em práticas sociais letradas, respondendo aos inevitáveis apelos de uma cultura grafocêntrica. Assim,
Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos da aquisição de uma sociedade (Tfouni, 1995, p. 20).
Com a mesma preocupação em diferenciar as práticas escolares de ensino da língua escrita e a dimensão social das várias manifestações escritas em cada comunidade, Kleiman, apoiada nos estudos de Scribner e Cole, define o letramento como
... um conjunto de práticas sociais que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos. As práticas específicas da escola, que forneciam o parâmetro de prática social segundo a qual o letramento era definido, e segundo a qual os sujeitos eram classificados ao longo da dicotomia alfabetizado ou não-alfabetizado, passam a ser, em função dessa definição, apenas um tipo de prática – de fato, dominante – que desenvolve alguns tipos de habilidades mas não outros, e que determina uma forma de utilizar o conhecimento sobre a escrita. (1995, p. 19)
Mais do que expor a oposição entre os conceitos de “alfabetização” e “letramento”, Soares valoriza o impacto qualitativo que este conjunto de práticas sociais representa para o sujeito, extrapolando a dimensão técnica e instrumental do puro domínio do sistema de escrita:
Alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja: o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Ao exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se Letramento que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos (In Ribeiro, 2003, p. 91).
Ao permitir que o sujeito interprete, divirta-se, seduza, sistematize, confronte, induza, documente, informe, oriente-se, reivindique, e garanta a sua memória, o efetivo uso da escrita garante-lhe uma condição diferenciada na sua relação com o mundo, um estado não necessariamente conquistado por aquele que apenas domina o código (Soares, 1998). Por isso, aprender a ler e a escrever implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las (ou de associá-las), mas a possibilidade de usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural. Em função disso,
Talvez a diretriz pedagógica mais importante no trabalho (...dos professores), tanto na pré-escola quanto no ensino médio, seja a utilização da escrita verdadeira [iii] nas diversas atividades pedagógicas, isto é, a utilização da escrita, em sala, correspondendo às formas pelas quais ela é utilizada verdadeiramente nas práticas sociais. Nesta perspectiva, assume-se que o ponto de partida e de chegada do processo de alfabetização escolar é o texto: trecho falado ou escrito, caracterizado pela unidade de sentido que se estabelece numa determinada situação discursiva. (Leite, p. 25)
O desafio de ensinar a ler e a escrever
Partindo da concepção da língua escrita como sistema formal (de regras, convenções e normas de funcionamento) que se legitima pela possibilidade de uso efetivo nas mais diversas situações e para diferentes fins, somos levados a admitir o paradoxo inerente à própria língua: por um lado, uma estrutura suficientemente fechada que não admite transgressões sob pena de perder a dupla condição de inteligibilidade e comunicação; por outro, um recurso suficientemente aberto que permite dizer tudo, isto é, um sistema permanentemente disponível ao poder humano de criação (Geraldi, 93).
Como conciliar essas duas vertentes da língua em um único sistema de ensino? Na análise dessa questão, dois embates merecem destaque: o conceitual e o ideológico.
1) O embate conceitual
Tendo em vista a independência e a interdependência entre alfabetização e letramento (processos paralelos [iv] , simultâneos ou não [v] , mas que indiscutivelmente se complementam), alguns autores contestam a distinção de ambos os conceitos, defendendo um único e indissociável processo de aprendizagem (incluindo a compreensão do sistema e sua possibilidade de uso). Em uma concepção progressista de “alfabetização” (nascida em oposição às práticas tradicionais, a partir dos estudos psicogenéticos dos anos 80), o processo de alfabetização incorpora a experiência do letramento e este não passa de uma redundância em função de como o ensino da língua escrita já é concebido. Questionada formalmente sobre a “novidade conceitual” da palavra “letramento”, Emilia Ferreiro explicita assim a sua rejeição ao uso do termo:
Há algum tempo, descobriram no Brasil que se poderia usar a expressão letramento. E o que aconteceu com a alfabetização? Virou sinônimo de decodificação. Letramento passou a ser o estar em contato com distintos tipos de texto, o compreender o que se lê. Isso é um retrocesso. Eu me nego a aceitar um período de decodificação prévio àquele em que se passa a perceber a função social do texto. Acreditar nisso é dar razão à velha consciência fonológica. (2003, p. 30)
Note-se, contudo, que a oposição da referida autora circunscreve-se estritamente ao perigo da dissociação entre o aprender a escrever e o usar a escrita (“retrocesso” porque representa a volta da tradicional compreensão instrumental da escrita). Como árdua defensora de práticas pedagógicas contextualizadas e signifcativas para o sujeito, o trabalho de Emília Ferreiro, tal como o dos estudiosos do letramento, apela para o resgate das efetivas práticas sociais de língua escrita o que faz da oposição entre eles um mero embate conceitual.
Tomando os dois extremos como ênfases nefastas à aprendizagem da língua escrita (priorizando a aprendizagem do sistema ou privilegiando apenas as práticas sociais de aproximação do aluno com os textos), Soares defende a complementaridade e o equilíbrio entre ambos e chama a atenção para o valor da distinção terminológica:
Porque alfabetização e letramento são conceitos freqüentemente confundidos ou sobrepostos, é importante distingui-los, ao mesmo tempo que é importante também aproximá-los: a distinção é necessária porque a introdução, no campo da educação, do conceito de letramento tem ameaçado perigosamente a especificidade do processo de alfabetização; por outro lado, a aproximação é necessária porque não só o processo de alfabetização, embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-se no quadro do conceito de letramento, como também este é dependente daquele. (2003, p. 90)
Assim como a autora, é preciso reconhecer o mérito teórico e conceitual de ambos os termos. Balizando o movimento pendular das propostas pedagógicas (não raro transformadas em modismos banais e mal assimilados), a compreensão que hoje temos do fenômeno do letramento presta-se tanto para banir definitivamente as práticas mecânicas de ensino instrumental, como para se repensar na especificidade da alfabetização. Na ambivalência dessa revolução conceitual, encontra-se o desafio dos educadores em face do ensino da língua escria: o alfabetizar letrando.
2) O embate ideológico
Mais severo do que o embate conceitual, a oposição entre os dois modelos descritos por Street (1984) [vi] representa um posicionamento radicalmente diferente, tanto no que diz respeito às concepções implícita ou explicitamente assumidas quanto no que tange à pratica pedagógica por elas sustentadas.
O “Modelo Autônomo”, predominante em nossa sociedade, parte do princípio de que, independentemente do contexto de produção, a língua tem uma autonomia (resultado de uma lógica intrínseca) que só pode ser apreendida por um processo único, normalmente associado ao sucesso e desenvolvimento próprios de grupos “mais civilizados”.
Contagiada pela concepção de que o uso da escrita só é legitimo se atrelada ao padrão elitista da “norma culta” e que esta, por sua vez, pressupõe a compreensão de um inflexível funcionamento lingüístico, a escola tradicional sempre pautou o ensino pela progressão ordenada de conhecimentos: aprender a falar a língua dominante, assimilar as normas do sistema de escrita para, um dia (talvez nunca) fazer uso desse sistema em formas de manifestação previsíveis e valorizadas pela sociedade. Em síntese, uma prática reducionista pelo viés lingüístico e autoritária pelo significado político; uma metodologia etnocêntrica que, pela desconsideração do aluno, mais se presta a alimentar o quadro do fracasso escolar.
Em oposição, o “Modelo Ideológico” admite a pluralidade das práticas letradas, valorizando o seu significado cultural e contexto de produção. Rompendo definitivamente com a divisão entre o “momento de aprender” e o “momento de fazer uso da aprendizagem”, os estudos lingüísticos propõem a articulação dinâmica e reversível [vii] entre “descobrir a escrita” (conhecimento de suas funções e formas de manifestação), “aprender a escrita” (compreensão das regras e modos de funcionamento) e “usar a escrita” (cultivo de suas práticas a partir de um referencial culturalmente significativo para o sujeito). O esquema abaixo pretende ilustrar a integração das várias dimensões do aprender a ler e escrever no processo de alfabetizar letrando:


O significado do aprender a ler e a escrever
Ao permitir que as pessoas cultivem os hábitos de leitura e escrita e respondam aos apelos da cultura grafocêntrica, podendo inserir-se criticamente na sociedade, a aprendizagem da língua escrita deixa de ser uma questão estritamente pedagógica para alçar-se à esfera política, evidentemente pelo que representa o investimento na formação humana. Nas palavras de Emilia Ferreiro,
A escrita é importante na escola, porque é importante fora dela e não o contrário. (2001)
Retomando a tese defendida por Paulo Freire, os estudos sobre o letramento reconfiguraram a conotação política de uma conquista – a alfabetização - que não necessariamente se coloca a serviço da libertação humana. Muito pelo contrário, a história do ensino no Brasil, a despeito de eventuais boas intenções e das “ilhas de excelência”, tem deixado rastros de um índice sempre inaceitável de analfabetismo agravado pelo quadro nacional de baixo letramento.
O quadro da sociedade leitora no Brasil
Do mesmo modo como transformaram as concepções de língua escrita, redimensionaram as diretrizes para a alfabetização e ampliaram a reflexão sobre o significado dessa aprendizagem, os estudos sobre o letramento obrigam-nos a reconfigurar o quadro da sociedade leitora no Brasil. Ao lado do índice nacional de 16.295.000 analfabetos no país (IBGE, 2003), importa considerar um contingente de indivíduos que, embora formalmente alfabetizados, são incapazes de ler textos longos, localizar ou relacionar suas informações.
Dados do Instituto Nacional de Estatística e Pesquisa em Educação (INEP) indicam que os índices alcançados pela maioria dos alunos de 4ª série do Ensino Fundamental não ultrapassam os níveis “crítico” e “muito crítico”. Isso quer dizer que mesmo para as crianças que têm acesso à escola e que nela permanecem por mais de 3 anos, não há garantia de acesso autônomo às praticas sociais de leitura e escrita (Colello, 2003, Colello e Silva, 2003). Que escola é essa que não ensina a escrever?
Independentemente do vínculo escolar, essa mesma tendência parece confirmar-se pelo “Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional” (INAF), uma pesquisa realizada por amostragem representativa da população brasileira de jovens e adultos (de 15 a 64 anos de idade) [viii] : entre os 2000 entrevistados, 1475 eram analfabetos ou tinham pouca autonomia para ler ou escrever, e apenas 525 puderam ser considerados efetivos usuários da língua escrita. Indiscutivelmente, uma triste realidade!
Os motivos pelos quais tantos deixam de aprender a ler e a escrever
Por que será que tantas crianças e jovens deixam de aprender a ler e a escrever? Por que é tão difícil integrar-se de modo competente nas práticas sociais de leitura e escrita?
Se descartássemos as explicações mais simplistas (verdadeiros mitos da educação) que culpam o aluno pelo fracasso escolar; se admitíssemos que os chamados “problemas de aprendizagem” se explicam muito mais pelas relações estabelecidas na dinâmica da vida estudantil; se o desafio do ensino pudesse ser enfrentado a partir da necessidade de compreender o aluno para com ele estabelecer uma relação dialógica, significativa e compromissada com a construção do conhecimento; se as práticas pedagógicas pudessem transformar as iniciativas meramente instrucionais em intervenções educativas; talvez fosse possível compreender melhor o significado e a verdadeira extensão da não aprendizagem e do quadro de analfabetismo no Brasil.
Nesse sentido, os estudos sobre o letramento se prestam à fundamentação de pelo menos três hipóteses não excludentes para explicar o fracasso no ensino da língua escrita. Na mesma linha de argumentação dos educadores que evidenciaram os efeitos do “currículo oculto” nos resultados escolares de diferentes segmentos sociais, é preciso considerar, como ponto de partida, que as práticas letradas de diferentes comunidades (e portanto, as experiências de diferentes alunos) são muitas vezes distantes do enfoque que a escola costuma dar à escrita (o letramento tipicamente escolar). Lidar com essa diferença (as formas diversas de conceber e valorar a escrita, os diferentes usos, as várias linguagens, os possíveis posicionamentos do interlocutor, os graus diferenciados de familiaridade temática, as alternativas de instrumentos, portadores de textos e de práticas de produção e interpretação...) significa muitas vezes percorrer uma longa trajetória, cuja duração não está prevista nos padrões inflexíveis da programação curricular.
Em segundo lugar, é preciso considerar a reação do aprendiz em face da proposta pedagógica, muitas vezes autoritária, artificial e pouco significativa. Na dificuldade de lidar com a lógica do “aprenda primeiro para depois ver para que serve”, muitos alunos parecem pouco convencidos a mobilizar os seus esforços cognitivos em benefício do aprender a ler e a escrever (Carraher, Carraher e Schileimann, 1989; Colello, 2003, Colello e Silva, 2003). Essa típica postura de resistência ao artificialismo pedagógico em um contexto de falta de sintonia entre alunos e professores parece evidente na reivindicação da personagem Mafalda:

Com ironia e bom humor, o exemplo acima explica o caso bastante freqüente de jovens inteligentes que aprenderam a lidar com tantas situações complexas da vida (aquisição da linguagem, transações de dinheiro, jogos de computador, atividades profissionais, regras e práticas esportivas entre outras), mas que não conseguem disponibilizar esse reconhecido potencial para superar a condição de analfabetismo e baixo letramento.
Por último, ao considerar os princípios do alfabetizar letrando (ou do Modelo Ideológico de letramento), devemos admitir que o processo de aquisição da língua escrita está fortemente vinculado a uma nova condição cognitiva e cultural. Paradoxalmente, a assimilação desse status (justamente aquilo que os educadores esperam de seus alunos como evidência de “desenvolvimento” ou de emancipação do sujeito) pode se configurar, na perspectiva do aprendiz, como motivos de resistência ao aprendizado: a negação de um mundo que não é o seu; o temor de perder suas raízes (sua história e referencial); o medo de abalar a primazia até então concedida à oralidade (sua mais típica forma de expressão), o receio de trair seus pares com o ingresso no mundo letrado e a insegurança na conquista da nova identidade (como “aluno bem-sucedido” ou como “sujeito alfabetizado” em uma cultura grafocêntrica altamente competitiva).
... a aprendizagem da língua escrita envolve um processo de aculturação – através, e na direção das práticas discursivas de grupos letrados - , não sendo, portanto, apenas um processo marcado pelo conflito, como todo processo de aprendizagem, mas também um processo de perda e de luta social. (...)
(...) há uma dimensão de poder envolvida no processo de aculturação efetivado na escola: aprender – ou não – a ler e escrever não equivale a aprender uma técnica ou um conjunto de conhecimentos. O que está envolvido para o aluno adulto é a aceitação ou o desafio e a rejeição dos pressupostos, concepções e práticas de um grupo dominante – a saber, as práticas de letramento desses grupos entre as quais se incluem a leitura e a produção de textos em diversas instituições, bem como as formas legitimadas de se falar desses textos -, e o conseqüente abandono (e rejeição) das práticas culturais primárias de seu grupo subalterno que, até esse momento, eram as que lhe permitiam compreender o mundo. (Kleiman, 2001, p. 271)
Como exemplo de um mecanismo de resistência ao mundo letrado construído por práticas pedagógicas (ainda que involuntariamnete ideologizantes) no cotidiano da sala de aula, Kleiman (2001) expõe o caso de um grupo de jovens que se rebelaram ante a proposta da professora de examinar bulas de remédio. Como recurso didático até bem intencionado, o objetivo da tarefa era o de aproximar os alunos da escrita, favorecendo a compreensão de seus usos, nesse caso, chamando a sua atenção para os perigos da auto-medicação e para a importância de se informar antes de tomar uma medicação (posologia, reações adversas, efeitos colaterais, etc). Do ponto de vista dos alunos, o repúdio à tarefa, à escola e muito provavelmente à escrita foi uma reação contra a implícita proposta de fazer parte de um mundo ao qual nem todos podem ter livre acesso: o mundo da medicina, da possibilidade de ser acompanhado por um médico e da compra de remédios.
Na prática, a desconsideração dos significados implícitos do processo de alfabetização - o longo e difícil caminho que o sujeito pouco letrado tem a percorrer, a reação dele em face da artificialidade das práticas pedagógica e a negação do mundo letrado – acaba por expulsar o aluno da escola, um destino cruel, mas evitável se o professor souber instituir em classe uma interação capaz de mediar as tensões, negociar significados e construir novos contextos de inserção social.
Perspectivas das pesquisas sobre letramento
Embora o termo “letramento” remeta a uma dimensão complexa e plural das práticas sociais de uso da escrita, a apreensão de uma dada realidade, seja ela de um determinado grupo social ou de um campo específico de conhecimento (ou prática profissional) motivou a emergência de inúmeros estudos a respeito de suas especificidades. É por isso que, nos meios educacionais e acadêmicos, vemos surgir a referência no plural “letramentos”.
Mesmo correndo o risco de inadequação terminológica, ganhamos a possibilidade de repensar o trânsito do homem na diversidade dos “mundos letrados”, cada um deles marcado pela especificidade de um universo. Desta forma, é possível confrontar diferentes realidades, como por exemplo o “letramento social” com o “letramento escolar”; analisar particularidades culturais, como por exemplo o “letramento das comunidades operárias da periferia de São Paulo”, ou ainda compreender as exigências de aprendizagem em uma área específica, como é o caso do “letramento científico”, “letramento musical” o “letramento da informática ou dos internautas”. Em cada um desses universos, é possível delinear práticas (comportamentos exercidos por um grupo de sujeitos e concepções assumidas que dão sentido a essas manifestações) e eventos (situações compartilhadas de usos da escrita) como focos interdependentes de uma mesma realidade (Soares, 2003). A aproximação com as especificidades permite não só identificar a realidade de um grupo ou campo em particular (suas necessidades, características, dificuldades, modos de valoração da escrita), como também ajustar medidas de intervenção pedagógica, avaliando suas conseqüências. No caso de programas de alfabetização, a relevância de tais pesquisas é assim defendida por Kleiman:
Se por meio das grandes pesquisas quantitativas, podemos conhecer onde e quando intervir em nível global, os estudos acadêmicos qualitativos, geralmente de tipo etnográfico, permitem conhecer as perspectivas específicas dos usuários e os contextos de uso e apropriação da escrita, permitindo, portanto, avaliar o impacto das intervenções e até, de forma semelhante à das macro análises, procurar tendências gerais capazes de subsidiar as políticas de implementação de programas. (2001, p. 269)
Sem a pretensão de esgotar o tema, a breve análise do impacto e contribuição dos estudos sobre letramento aqui desenvolvida aponta para a necessidade de aproximar, no campo da educação, teoria e prática. Na sutura entre concepções, implicações pedagógicas, reconfiguração de metas e quadros de referência, hipóteses explicativas e perspectivas de investigação, talvez possamos encontrar subsídios e alternativas para a transformação da sociedade leitora no Brasil, uma realidade politicamente inaceitável e, pedagogicamente, aquém de nossos ideais.
NOTAS
[i] “Literacy” do inglês, traduzido por “letramento” no Brasil e por “literacia” em Portugal é uma terminologia não dicionarizada que, nos meios acadêmicos, vem sendo utilizada com diferentes sentidos.
[ii] No Brasil, o termo “letramento” foi usado pela 1a vez por Mary Kato, em 1986, na obra “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística” (São Paulo, Ática). Dois anos depois, passa a representar um referencial no discurso da educação, ao ser definido por Tfouni em “Adultos não alfabetizados: o avesso do avesso” (São Paulo, Pontes) e retomado em publicações posteriores.
[iii] O autor utiliza a expressão “escrita verdadeira” em oposição à “escrita escolar”, um modelo muitas vezes artificial, cujo reducionismo não faz justiça à multidimensionalidade da língua viva.
[iv] Como evidência desse paralelismo, é possível, por exemplo, termos casos de pessoas letradas e não alfabetizadas (indivíduos que, mesmo incapazes de ler e escrever, compreendem os papéis sociais da escrita, distinguem gêneros ou reconhecem as diferenças entre a língua escrita e a oralidade) ou de pessoas alfabetizadas e pouco letradas (aqueles que, mesmo dominando o sistema da escrita, pouco vislumbram suas possibilidades de uso).
[v] Em uma sociedade como a nossa, o mais comum é que a alfabetização seja desencadeada por práticas de letramento, tais como ouvir histórias, observar cartazes, conviver com práticas de troca de correspondência, etc. No entanto, é possível que indivíduos com baixo nível de letramento (não raro membros de comunidades analfabetas ou provenientes de meios com reduzidas práticas de leitura e escrita) só tenham a oportunidade de vivenciar tais eventos na ocasião de ingresso na escola, com o início do processo formal de alfabetização.
[vi] Para um estudo mais aprofundado dos modelos “Autônomo” e “Ideológico” descritos por Street, remetemos o leitor à leitura de Kleiman, 1985.
[vii] Dinâmica porque pressupõe o movimento intenso de um pólo ao outro; reversível porque a experiência em qualquer um dos pólos remete ao amadurecimento nos demais.
[viii] Para mais dados sobre a pesquisa do INAF (objetivos, população envolvida, critérios de análise e resultados obtidos), remetemos o leitor à leitura de Ribeiro (2003).
Referências bibliográficas:
CARRAHER, T., CARRAHER, D. & SCHLIEMANN, A. Na vida dez, na escola zero. São Paulo, Cortez, 1989.
COLELLO, S. M. G. “A pedagogia da exclusão no ensino da língua escrita” In VIDETUR, n. 23. Porto/Portugal, Mandruvá, 2003, pp. 27 – 34 (www.hottopos.com).
COLELLO, S. M. G. & SILVA, N. “Letramento: do processo de exclusão social aos vícios da prática pedagógica” In VIDETUR, n. 21. Porto/Portugal: Mandruvá, 2003, pp. 21 – 34 (ww.hottopos.com).
FEEREIRO, E. Cultura escrita e educação. Porto Alegre, Artes Médicas, 2001.
__________ “Alfabetização e cultura escrita”, Entrevista concedida à Denise Pellegrini In Nova Escola – A revista do Professor. São Paulo, Abril, maio/2003, pp. 27 – 30.
GERALDI, W. Portos de Passagem. São Paulo, Martins Fontes, 1993.
___________ Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação. Campinas, Mercado das Letras/ABL,1996.
IBGE, Censo Demográfico, Mapa do analfabetismo no Brasil, Brasília, MEC/INEP, 2003.
KLEIMAN, A. B. (org.) Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, Mercado das Letras, 1995.
___________ “Programa de educação de jovens e adultos” In Educação e Pesquisa – Revista da Faculdade de Educação da USP. São Paulo, v. 27, n.2, p.267 – 281.
LEITE, S. A. S. (org.) Alfabetização e letramento – contribuições para as práticas pedagógicas. Campinas, Komedi/Arte Escrita, 2001.
RIBEIRO, V. M. (org.) Letramento no Brasil. São Paulo: Global, 2003.
SOARES, M. B. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte, Autêntica, 1998.
____________ “Língua escrita, sociedade e cultura: relações, dimensões e perspectivas”, Revista Brasileira de Educação, n. 0, 1995, pp. 5 – 16.
STREET, B. V. Literacy in theory and Practice. Cambridge, University Press, 1984.
TFOUNI, L.V. Letramento e alfabetização. São Paulo, Cortez,1995.


Professor(a):
Leia com atenção o texto acima e responda as seguintes questões:
01) Qual a diferença em alfabetização e letramento?
02) A pessoa pode ser letrada sem ser alfabetizada? Justifique.
03) A pessoa pode ser alfabetizada sem ser letrada? Justifique.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

TAREFA DO DIA 23 DE SETEMBRO

Defina com suas palavras qual a diferença entre uma produção de texto e uma reescrita.
Cidinha
23/09/2011

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

TAREFA DO DIA 16 DE SETEMBRO DE 2011

Observe o registro de três crianças do 3º Ano que escreveram o número 35 numa situação de ditado feito pelo professor:

305 - Fernanda
30 e 35- Rodrigo
35 - Maria

Analisem e respondam as questões:
a)Quais hipóteses numéricas as crianças demonstram ao fazer esses registros?
b)Que intervenções poderiam ser realizadas pelo professor a respeito dessas escritas?
c)Por que uma criança ao escolher o registro de Maria, que escreveu o número apoiando-se no quadro numérico exposto na classe, justificou sua descoberta assim:

Já sei! A gente tira o zero porque zero significa nada! Então não precisa colocar.

d)A idéia de que o zero significa “nada” pode trazer conflitos no decorrer da aprendizagem? Quais intervenções podem ser feitas para que ao criança compreenda o papel do zero na escrita numérica?

PC Cidinha – 15 de setembro de 2011.

sábado, 10 de setembro de 2011

AVALIAÇÃO E RECUPERAÇÃO

“Como fazer recuperação sem deixar de cumprir o programa”

Todo estudante, em algum momento, apresenta
dúvidas. Isso faz parte do processo de
aprendizagem. A saída é enfrentar logo o
problema, diversificando as estratégias
de ensino.

Avaliação e recuperação

Qualquer um conhece o esquema: no fim do bimestre/ano, a escola dá a última chance aos que não alcançaram a nota mínima. Durante duas semanas, já devidamente rotulados de "aqueles com dificuldade de aprendizagem", eles têm de rever todos os conteúdos (juntamente com colegas das demais salas) e fazer uma prova. Quem tira nota boa passa de ano. Quem não tira é reprovado. Você acha que a recuperação funciona (só) assim? Esta reportagem indica um novo caminho - e mostra que é possível adotar uma concepção de ensino e de aprendizagem diferente da antiga visão de que, "se o estudante não sabe a matéria, o problema é (d)ele".

Já é amplamente conhecida a premissa de que todos podem aprender, sem exceção - e que cada um se desenvolve de um jeito próprio - e num ritmo particular. "Os professores sabem que a classe não responde de forma homogênea à apresentação de um conteúdo de estudo e que nem todos compreendem usando as mesmas estratégias cognitivas", explica Jussara Hoffmann, especialista em avaliação e professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O que fazer, então? Cipriano Luckesi, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sugere a seguinte abordagem: "Se, ao verificar quem aprendeu o quê, você percebe que um ou mais estão com dificuldade, é preciso repensar as estratégias e materiais para eles". Ou seja, para quem acredita que ninguém vai ficar para trás, a única saída é fazer a tal recuperação sempre.

A chave do processo é avançar e retroceder ao mesmo tempo. Quem atingiu o esperado tem de continuar aprendendo. E os demais não devem ser abandonados, certo? "É preciso trabalhar as dúvidas em atividades, dentro da própria sala de aula, assim que elas aparecem, em vez de deixar que se acumulem", reforça Maria Celina Melchior, professora da pós-graduação em Educação e coordenadora pedagógica da Faculdade Novo Hamburgo, na Grande Porto Alegre.

E mais. Como ainda estamos em setembro, é perfeitamente possível coordenar esforços para fazer com que todos avancem. O primeiro passo é diagnosticar, em detalhes, o que cada um sabe. Caso muitos tenham a(s) mesma(s) dificuldade(s), não pense duas vezes: é hora de retomar esse(s) conteúdo(s) de um jeito novo, pois a aula original provavelmente foi ineficaz. Se os problemas são diferentes, o segredo também é apresentar a matéria de forma a proporcionar aos que precisam a construção de outros caminhos. Uma boa estratégia, garantem os especialistas, é iniciar ou intensificar o trabalho em grupos.

COMENTE AS QUESTÕES:

1. Como analisar os resultados das estratégias de avaliação?
2. Concluí que meus alunos têm dificuldades diferentes. Como lido com isso?
3. Quais os critérios mais indicados para formar grupos em sala de aula?
4. De que forma posso organizar o trabalho dentro dos agrupamentos?
5. Como retomar conteúdos não aprendidos sem deixar de cumprir o programa?
6. Como ajudar cada um de acordo com suas necessidades de aprendizagem?

Cidinha
10/09/2011

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER

A IMPORTÂNCIA DO ATO DE LER
Segundo Paulo Freire a leitura do mundo precede sempre a leitura da palavra. O ato de ler se veio dando na sua experiência existencial. Primeiro, a “leitura” do mundo do pequeno mundo em que se movia; depois, a leitura da palavra que nem sempre, ao longo da sua escolarização, foi a leitura da “palavra mundo”. Na verdade, aquele mundo especial se dava a ele como o mundo de sua atividade perspectiva, por isso, mesmo como o mundo de suas primeiras leituras. Os “textos”, as “palavras”, as “letras” daquele contexto em cuja percepção experimentava e, quando mais o fazia, mais aumentava a capacidade de perceber se encarnavam numa série de coisas, de objetos, de sinais, cuja compreensão ia aprendendo no seu trato com eles, na sua relação com seus irmãos mais velhos e com seus pais.
A leitura do seu mundo foi sempre fundamental para a compreensão da importância do ato de ler, de escrever ou de reescrevê-lo, e transformá-lo através de uma prática consciente.
Esse movimento dinâmico é um dos aspectos centrais do processo de alfabetização que deveriam vir do universo vocabular dos grupos populares, expressando a sua real linguagem, carregadas da significação de sua experiência existencial e não da experiência do educador.
A alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da expressão oral. Assim as palavras do povo, vinham através da leitura do mundo. Depois voltavam a eles, inseridas no que se chamou de codificações, que são representações da realidade. No fundo esse conjunto de representações de situações concretas possibilitava aos grupos populares uma “leitura da leitura” anterior do mundo, antes da leitura da palavra. O ato de ler implica na percepção crítica, interpretação e “re-escrita” do lido.
Professora:
01) Segundo Paulo Freire, em que medida a leitura é importante para o processo educativo do indivíduo?
02) Por que a ampliação do significado de leitura implica também uma ampliação do significado mde alfabetização?
03) Para você, o que significa ler de forma crítica e criativa?
Cidinha

domingo, 21 de agosto de 2011

relação ensino aprendizagem

Sábio São Tomás, desde sua época ja havia percebido o velho provébio "quando um não quer, dois não brigam", nesse caso, quando um não quer aprender, não há Cristo que o faça. Essa resistência encontramos em sala de aula todos os dias, em todas as escolas. Não há familia, educador que convença, que conquiste, que faça acontecer aprendizagem numa mente resistente.Quando algo não nos é interessante, não há motivação, a mente não absorve, não retém a informação, não se fixa. Pode haver memorização, mas não aprendizagem, o que acaba se perdendo com o tempo. Somos agentes externos mesmo, porque a aprendizagem se precessa no interior das mentes, no sistema cognitivo e este deve estar pronto para receber a informação e assimila-la para sua vivência.
Em nossa prática pedagógica a motivação, a relação com a vivência do aluno, seja atual ou futura é imprescindível. Na minha prática procuro motiva-los até´de forma lúdica, descontraida, mas sempre fazendo com que percebam a importância daquilo que está aprendendo.
Encontro resistências, desinteresse e nesses casos acredito que terão tempo para aprenderem, ou na escola ou na vida, porque a vida sempre ensina, ou cobra...
ProfªBoani

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

RELAÇÃO ENTRE ENSINO E APRENDIZAGEM

Santo Tomás de Aquino disse que o professor está na mesma situação de um médico ou de um lavrador. O médico e o lavrador funcionam como agentes externos, pois a cura do doente ou o sucesso da plantação dependem da natureza do doente ou da qualidade do solo. Da mesma forma, o professor também é um agente externo. Ele colabora na aprendizagem do aluno, mas esta depende do próprio aluno.
Há uma relação intrínseca entre o ensino e a aprendizagem. Não há ensino se não há aprendizagem. É necessário conhecer o fenômeno sobre o qual o ensino atua, que é a aprendizagem. Para haver ensino e áprendizagem é preciso:
a) Uma comunhão de propósitos e identificação de objetivos entre o professor e o aluno.
b) Um constante equilíbrio entre o aluno, a matéria , os objetivos do ensino e as técnicas de ensino.
O ensino existe para motivar a aprendizagem, orientá-la, dirigi-la; existe sempre para a eficiência da aprendizagem. O ensino seria então, fator de estimulação intelectual.
Professora:
a) Segundo Santo Tomás de Aquino, qual a relação entre o ensino e aprendizagem?
b) O que é preciso para que haja ensino e aprendizagem na sala de aula?

PC Cidinha

domingo, 14 de agosto de 2011

tarefa

Cada um de nós tem seu conhecimento, sua bagagem, conhecimentos prévios adquiridos no decorrer da vida, desde a primeira infância. O aluno quando chega a escola já tras consigo toda essa bagagem cultural, onde interagindo com os colegas e com os educadores aprende e ensina. Cabe ao professor identificar, reconhecer e ter olhos para ver. Temos que ter um olhar diferenciado para cada aluno, porque cada ser é único, ninguém é vazio de conhecimento, todos tem a aprender e ensinar, o tempo todo, até o final da nossa existência.
Profª Boani- 4° ano B

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O Ensino

Tarefa do dia 12 de agosto de 2011
Professores do Ciclo I:

Então, um professor disse: "Fala-nos do Ensino".
E ele disse:
"Nenhum homem poderá revelar-vos nada senão o que já está meio adormecido na aurora do vosso entendimento.
O mestre que caminha à sombra do templo, rodeado de discípulos, não dá de sua sabedoria, mas sim de sua fé e sua ternura.
Se ele for verdadeiramente sábio, não vos convidará a entrar na mansão de seu saber, mas antes vos conduzirá ao limiar de vossa própria mente.
O astrônomo poderá falar-vos de sua compreensão do espaço, mas não vos poderá dar sua compreensão.
O músico poderá cantar para vós o ritmo que existe em todo o universo, mas não vos poderá levar até lá.
Porque a visão de um homem não empresta suas asas a outro homem.
E assim como cada um de vós se mantém só no conhecimento de Deus, assim cada um de vós deve ter sua própria compreensão de Deus e sua interpretação das coisas da terra".

Professor:
01) Qual a relação entre ensino e aprendizagem sugerida pelo texto?
02) De acordo com o texto, qual o papel do professor?

terça-feira, 9 de agosto de 2011

TAREFA HTPC- ANA MARIA MARCONDES

1) O que o professor deve fazer para criar uma situação favorável à aprendizagem?
Acredito que o professor primeiro tem que entender muito bem sobre sua disciplina,cabe a ele primeiro explorar ao máximo as possibilidades de sua área para depois aprender a como pode atuar através de estímulos externos com sua turma, pois cada turma é única e requer um tipo de motivação.

2) Segundo Piaget, qual o fator de motivação mais importante? Piaget, apresenta como fator preponderante de motivação "o problema", a situação-problema.
3) Segundo Skinner, qual o fator de motivação mais importante? Skinner, considera como fator mais importante a "recompensa" ou a "reforço.
4) E você professora o que tem feito em sua sala de aula para motivar seus alunos a "querer" aprender?
No meu dia a dia acredito ser muito importante conhecer as particularidades da turma e o quanto conseguir do individual, pois assim fica mais fácil se aproximar do jeito que cada um aprende melhor. As estratégias que vou usar depende muito do perfil da sala, um mesmo conteúdo pode ser trabalhado de forma diferentes em turmas diferentes.
ANA MARIA MARCONDES

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

APRENDIZAGEM E MOTIVAÇÃO

Para que alguém aprenda é necessário que ele queira aprender. Ninguém consegue ensinar nada a uma pessoa que não quer aprender. Por isso é muito importante que o professor saiba motivar os seus alunos.
Através de uma variedade de recursos, métodos e procedimentos, o professor pode criar uma situação favorável à aprendizagem.
Para criar essa situação o professor deve:
1) Conhecer os interesses atuais dos alunos para mantê-los ou orientá-los.
2) Buscar uma motivação suficientemente vital, forte e duradoura para conseguir do aluno uma atividade interessante e alcançar o objetivo da aprendizagem.
Entre motivação e aprendizagem existe uma mútua relação. Ambas se reforçam.
A motivação da aprendizagem se traduz nas seguintes leis:
a) Sem motivação não há aprendizagem.
b) Os motivos geram novos motivos.
c) O êxito na aprendizagem reforça a motivação.
d) A motivação é condição necessária, porém, não suficiente.
O problema da motivação da aprendizagem é um assunto bastante complexo. Hoje, cada teoria da aprendizagem apresenta um fator de motivação como sendo o mais importante. A teoria de Piaget, por exemplo, apresenta como fator preponderante de motivação "o problema", a situação-problema. Skinner, por sua vez, considera como fator mais importante a "recompensa" ou a "reforço". Nesse sentido, a teoria de Piaget dá mais ênfase ao desenvolvimento da inteligênci, enquanto as idéias de Skinner dão ênfase ao desempenho ou "performance".

Professora agora é com você:
1) O que o professor deve fazer para criar uma situação favorável à aprendizagem?
2) Segundo Piaget, qual o fator de motivação mais importante?
3) Segundo Skinner, qual o fator de motivação mais importante?
4) E você professora o que tem feito em sua sala de aula para motivar seus alunos a "querer" aprender?

Esta atividade deve ser realizada até o dia 07/08/2011, às 00h00.
Não esqueça de colocar seu nome.
Obrigada
Cidinha

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Atividade virtual por Vanderlita- 3º ano A

A professora precisava analisar, ou seja, diagnosticar seus alunos antecipadamente para conhecersuas realidades e a partir dai, começar trabalhar as necessidades individuais. Esses alunos deveriam ser encaminhados para diagnóstico com especialistas e só assim a professora e a escola teriam mais informação para trabalhar com eles.
Os conteúdos deveriam ser adaptados de acordo com a realidade de cada um.
Somos os formadores e compete a nós trabalharmos as diferenças e procurar sana-las no decorrer do processo.
Profª Vanderlita.

Atividade virtual por Graça Camargo 3º ano C

A meu ver a professora do texto deveria ter tomado como premissa que o conhecimento está organizado em campos conceituais, cujo dominio por parte do sujeito, ocorre ao longo de um largo periodo de tempo, através de experiências, maturidade e aprendizagem.
A profª precisava fazer um diagnóstico para conhecer e analisar seus alunos e a partir dai, iniciar um trabalho para sanar as necessidades individuais de cada um. Ela deveria ter encaminhado esses alunos para um especialista, ao invés de trabalhar só os conteúdos.
Compete a nós formadores, trabalharmos a individualidade e as diferenças de cada um, procurando sanar suas necessidades e dificuldades.
Professora Maria das Graças .

terça-feira, 26 de julho de 2011

Resposta da prof° Naidê Toledo

Esta escola não procurou adaptar o seu currículo a clientela local para que houvesse uma mudança de comportamento.Na minha opinião um dos grandes desafios da escola hoje é levar aos alunos informações sobre o cotidiano pois o conhecimento que os alunos esperam não é apenas aquele que o professor passa na sala de aula é necessário fornecer-lhes intruções de outros assuntos para poderem sobreviver lá fora com dignidade.Cada bairro da cidade,cada classe social produz pessoas com necessidades e visões diferentes portanto cabe a escola adequar o seu currículo a comunidade mas para que isto ocorra é fundamental um bom trabalho em equipe atento as mudanças e necessidades dos alunos.

Comunicado

Pessoal quem não conseguir postar aqui no blog o comentário referente ao texto,poderá levar manuscrito na quinta-feira (28/07).

Grato
Leonardo
De certo que a escola se concilia com uma educação para todos e com um ensino especializado no aluno, mas não se consegue implantar uma opção de inserção tão revolucionária sem enfrentar um desafio ainda maior : o que recai sobre o fator humano. As desigualdades sociais, culturais e materiais, o histórico de vida que cada aluno trás para o âmbito escolar. Para a efetivação de um processo escolar de qualidade cedem sua prioridade ao desenvolvimento de novas atitudes e formas de interação, na escola, exigindo mudanças no relacionamento pessoal e social e na maneira de se efetivar os processos de ensino e aprendizagem, assim será possível garantir igualdade de oportunidades, diversidade de tratamento e resultados a todos. Nesse texto, a formação do desenvolvimento pessoal é um processo de aprimoramento das capacidades de agir,
pensar e atuar no mundo, bem como de atribuir significados e ser percebido e significado pelos outros, apreender a diversidade, situar-se e pertencer. Esse tipo de educação constrói, de forma cooperativa e solidária, uma síntese dos saberes produzidos pela humanidade ao longo de sua história e dos saberes locais.

Vera Lucia Educação Física abraços até mais.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Muitas vezes não analisamos as coisas que estão funcionando e as que não estão. O currículo de uma escola deve ser desenvolvido pensando-se no Currículo Estadual, contudo não podemos deixar de analisar a clientela de nossa escola, para quem ele é desenvolvido. Se as atividades e projetos estão adequados à ela, por isso deve ser constantemente adaptado às necessidades dos alunos.
Não temos uma receita pronta e muitas vezes o que dá certo para um aluno, não necessariamente dará para outro. Isso significa que precisamos analisar, replanejar, repensar e adequar nossa didática as nossas turmas que são tão mistas.
Professora MARCILENE RODRIGUES DE SOUSA
Língua Portuguesa

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Atividade Virtual

"Eu ensinei a todos eles"
Lecionei no ginásio durante dez anos.No decorrer desse tempo,dei tarefas a,entre outros ,um assassino ,um evangelista,um pugilista,um ladrão e um imbecil.O assassino era um menino tranquilo que se sentava no banco da frente e me olhava com seus aolhos azuis-claros;o evangelista era o menino mais popular da escola,liderava as brincadeiras dos jovens;o pugilista ficava perto da janela e, de vez em quando,soltava uma risada rouca que espantava até os gerânios;o ladrão era um jovem alegre com uma canção nos lábios;e o imbecil,um animalzinho de olhos mansos,que procurava as sombras.
O assassino espera a morte na penitenciária do Estado;o evangelista há um ano jaz sepultado no cemitério da aldeia;o pugilista perdeu um olho numa briga em Hong Kong ;o ladrão,se ficar na ponta dos pés,pode ver minha casa da janela da cadeia municipal;e o pequeno imbecil ,de olhos mansos de outrora,bate a cabeça contra a parede acolchoada do asilo estadual.
Todos estes alunos outrora sentaram-se em minha sala,e me olhavam gravemente por cima de mansas marrons.Eu devo ter sido muito útil para esses alunos -ensinei-lhes o plano rítmico do soneto elisabetano,e como diagramar uma sentença complexa.(Didática Geral-Claudino Piletti).
Questão sobre o texto
Lendo a frase final do texto:"Eu devo ter sido muito útil para esses alunos.Ensinei-lhes o plano rítmico do soneto elisabetano,e como diagramar uma sentença complexa",que conclusões podemos tirar a respeito do planejamento de currículo dessa escola?

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Educação ....

Se não morre aquele que escreve um livro ou planta uma árvore,com mais razão não morre o educador que semeia a vida e escreve na alma.

Bertold Brechet (por Profª Vanderlita)

Atividade virtual

Em breve postaremos as atividades para Reposição do dia 24/06 que foi Reunião Pedagógica.

Saudades ...Professor Paulo

Ás vezes dá calafrios...
Quando imagino o que se pode ser a "morte"
Será que é um final...
Um final de um bela história,
Ou até mesmo de uma triste e dolorosa história...
Não sei...
Será que com a morte,
Os pensamentos e sentimentos deixam de existir?
São perguntas...
Perguntas que só o PAI, tem as respostas.
Os anos passam...
Bebê...
Criança...
Adolescente...
Adulto...
Idoso...
Morte?
Essa é a lei da vida,
Viver todas essas fases.
Mas muitas pessoas quebram essa lei
Não atingem o objetivo de uma vida completa.
São momentos perdidos
Jamais recuperados,
São sonhos
Que jamais se tornarão reais,
São segredos
Jamais desvendados.
Há pessoas que sofrem
Que viver para elas é a morte...
São torturas da vida
Que fazem com que a alma
Chore lágrimas de sangue.
A morte é uma passagem,
Que ninguém escapa de atravessar.
Ela é a única certeza que temos...


Que esteja num bom lugar.
Nossos votos Equipe João Ferreira